terça-feira, 19 de julho de 2011

Nós contra eles?


A Igreja deve representar para os outros, um Corpo que está disposto a aceitar, em vez de condenar, que atrai para um relacionamento, que é por eles, e não contra eles.

As pessoas têm buscado conhecer a Deus, mas acabam adotando a idéia de que nós, cristãos, estamos contra eles. Isso é sutil, mas mortífero. O fato é que muitas pessoas não acreditarão que Deus as aceitará e amará até que aqueles que alegam conhecê-lo comecem a mostrar-lhes.
 
Muito se tem ouvido falar nesses últimos dias, a respeito da lei sobre homofobia, união estável de pessoas do mesmo sexo e da guerra que gira em torno dos defensores dessas causas com os seus oponentes, os “religiosos”. 
 
Não vou aqui atacar, nem defender nada, nem ninguém. Muito menos escrever um grande artigo sobre o que está certo e errado. Na verdade, queria distância deste tema. Mas Deus tem ministrado algo tão forte em meu coração que preciso compartilhar.
 
Como aceitar a tudo isso, sem consentir? É possível? Porque estão todos perdidos? Onde foi que paramos de compreender as Escrituras? Ou até que ponto podemos ler e depois dali ficarmos cegos? Porque é 8 ou 80 neh!
 
Não. Nada disso! É obvio que o grande argumento contra assumir o risco de aceitar todos de braços abertos é que eles não podem mudar! Podem compreender mal nossa aceitação como sendo um consentimento em relação a crenças e comportamentos que Deus não aprova.
 
Se de fato aceitarmos os outros, estaremos aceitando comportamentos errados e, portanto, condescendendo com aquilo que Deus claramente diz ser pecaminoso e contra a sua vontade?
 
“E então? Vamos pecar porque não estamos debaixo da Lei, mas debaixo da graça? De maneira nenhuma!” (Romanos 6.15) Aceitar pessoas não é o mesmo que concordar com as suas escolhas, crenças ou comportamentos. As pessoas vão confundir aceitação com consentimento. Mas mesmo assim vale correr risco. Se Deus está disposto a correr o risco, porque nós não estaríamos?
 
Mas é preciso lembrar algo muito importante: transformar pessoas é tarefa de Deus, e não nossa! Na verdade não estamos permitindo a entrada deles em nosso meio. Eles já estão entre nós. A questão é se devemos permitir que falem sobre o assunto para que encontrem esperança e apoio que os ajude a verdadeiramente encontrar Deus. Ironicamente, ou não, eles só poderão encontrar Deus através de nós e, por isso, essas atitudes que serão tomadas daqui por diante devem ter cuidado redobrado. Chega de “gritaria”! Pra que todo esse estardalhaço? Será que é desse jeito mesmo que Jesus, em pleno século XXI agiria? Será?
 
Gn 1.27, 28; 2.18-24; 19.4-9; Lv 18.22; 20.13; Rm 1.26,27; 1Co 6.9,10; 1Tm 1.9,10 e por aí vai. Pois é, eu também leio a Bíblia e sei de suas corretas referências contra a prática do homossexualismo. Mas Cristo veio para eles também, para o perdido, para os pecadores, para pessoas como nós – sim, como eu e você. Portanto, quem somos nós para negarmos ao mundo um lugar à mesa da família se Deus pode purificá-los. Esse, não é o Evangelho de Jesus Cristo, aquele que disse que as prostitutas estavam entrando no Reino de Deus antes dos líderes religiosos de seus dias!
 
Como igreja, devemos lutar no meio da tensão de amar as pessoas e reconhecer que a orientação delas pode mudar. Num país que fala tanto de tolerância, a igreja cristã não pode se dar ao luxo de negligenciar seu maior bem: a graça. Devemos remover as barreiras para a verdade sem descartar a verdade.

Kênia Siqueira
 
(Texto adaptado e partes extraídas do livro “Proibida Entrada de Pessoas Perfeitas” de John Burke)
 

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