quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

QUANDO TUDO COMEÇOU A CAMINHAR PARA O INFERNO


“Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as nações que se esquecem de Deus.” (Salmos 9:17) Os estudiosos e sociólogos dizem que hoje nós vivemos num período de experiência pós-moderna. De fato, convivemos com tecnologia avançada, globalização, comodismo (em todos os aspectos), e por aí se faz uma grande lista que, talvez amanhã já deva ser atualizada. Mas se pararmos pra pensar, como vivemos, pensamos e agimos hoje é, nada mais, nada menos, do que um seqüela da maluquice cultural e histórica que explodiu em nosso país, especialmente nas décadas de 60 e 70. Vou explicar… 


Nos anos 40, em torno de 70 % dos brasileiros moravam na área rural, não havia sequer uma indústria de automóvel e as residências ainda não tinham televisão. A família brasileira era extremamente tradicional e conservadora. O desquite era motivo de preconceitos e vergonha. O racismo não era motivo de debates, porque o negro brasileiro não desenvolvia movimentos sociais. 

A estrutura social era marcada pelo coronelismo. Nos anos 50, a liberdade começou a ser idealizada, pelo menos politicamente falando. A população deixava os campos e migrava para as grandes cidades e nelas se desenvolvia as artes, o turismo, a indústria naval e o petróleo. Quanto à família, ela ainda continuava tradicional e o seu padrão comportamental era ter filhos. Já os anos 60, foram anos de muita agitação, de liberdade, da descoberta da pílula anticoncepcional. Anos do movimento hippie. Embora a década de 60 ter sido para o Brasil, anos de ditadura e de censura, por conta do golpe militar, houve certa movimentação cultural e musical com a Jovem Guarda, a MPB e o Tropicalismo. E, por fim, falando da década de 70, anos estes em que as músicas exaltavam o país, tais como “este é um país que vai pra frente e ninguém segura a juventude do Brasil”. 

O futebol esteve também em pauta contribuindo para a alienação do povo (não sou contra o futebol, mas naquela época o esporte serviu de escape para as grandes transformações e crises enfrentadas pelo país). Depois das torturas, dos exílios, de tantas prisões, e censura os anos 70 também vivenciaram o fim do Regime Militar e o ressurgimento dos movimentos sociais. Foi também nessa época em que se instalou o caos familiar e os crescentes índices de divórcio. A descoberta sexual na adolescência significou o amor livre no fim dos anos 70, o herpes em 1980 e a AIDS em 1990. Mas pra quê tantas informações históricas? Agora sim, vou dizer onde quero chegar. Se a Igreja está alcançando pessoas comuns com menos de 40 anos, então é muito provável que: uma em cada três mulheres tenha feito um aborto. 

Uma ou até duas em cada seis podem ter sido abusadas sexualmente. Mais de seis dentre dez pessoas pensam que viver junto, em vez de casar, é uma maneira inteligente de evitar o divórcio, e cinco dentre essas dez pessoas já viveram com alguém. A maior parte é sexualmente ativa. E a grande maioria dos homens deve lutar contra a pornografia ou problemas sérios em relação à luxúria. Uma em cada cinco a dez pessoas luta contra o uso excessivo de drogas ou álcool. E pelo menos uma, e até duas, em cada cinco talvez fume. Resumindo: se a Igreja pretende trabalhar com a nova geração, então ela precisa criar uma cultura onde pessoas totalmente desajustadas sejam bem-vindas! Isso é um fato! Todas essas mudanças históricas e, principalmente de comportamento criaram uma CULTURA DE SOLIDÃO, onde as pessoas estão totalmente CARENTES DE RELACIONAMENTOS GENUÍNOS. 

As pessoas almejam hoje, como nunca antes almejaram estar em família, pois ela representa o autêntico apoio relacional para qualquer ser humano. E o desafio para a Igreja do século XXI é exatamente esse: deixar de ser uma “igreja para visitantes” e passar a funcionar como uma família, um corpo bem ajustado, assim como ordena a Bíblia. Estratégias como boa música, teatro, cafezinhos são importantes sim, e até atraem muitas pessoas, mas tem pouca relação com o culto em si, pois mantê-las em unidade e levá-las até Cristo são responsabilidades que Deus deu a nós. Não há desafio e oportunidade maiores para a Igreja do que lidar com os esmagadores sofrimentos emocionais que conduzem nossa geração. É responsabilidade nossa criar uma nova cultura do tipo “venha como você está”. As pessoas não resistem à verdade; elas resistem à arrogância! Por isso devemos ser sábios e muito amorosos ao representar o Corpo de Cristo no mundo. 

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