Vivendo no mundo real de sofrimento constante e prazeres (em algumas ocasiões)
Como você pode sorrir, quando há tanto
choro? Ou como você pode chorar, quando há tantas pessoas gritando de
alegria? A vida real nos empurra de um lado para o outro, ao mesmo
tempo. Encontro ajuda na maneira como a Bíblia descreve esta
experiência.
No livro de Esdras, as pessoas de Israel
retornaram a Jerusalém provenientes do exílio na Babilônia, a fim de
reconstruírem o templo de Deus. Depois de setenta anos de cativeiro, a
profecia de Jeremias se cumpriu, e o povo pôde retornar para casa.
Começaram a trabalhar no templo. De acordo com Esdras 3.10-11, “quando
os edificadores lançaram os alicerces do templo do senhor… todo o povo
jubilou com altas vozes, louvando ao senhor por se terem lançado os
alicerces da sua casa”. Isso faz sentido. Era um dia de muita alegria.
Era um novo começo.
No entanto, os versículos seguintes
(Esdras 3.12-13) dizem: “Porém muitos dos sacerdotes, e levitas, e
cabeças de famílias, já idosos, que viram a primeira casa, choraram em
alta voz quando à sua vista foram lançados os alicerces desta casa;
muitos, no entanto, levantaram as vozes com gritos de alegria. De
maneira que não se podiam discernir as vozes de alegria das vozes do
choro do povo; pois o povo jubilava com tão grandes gritos, que as vozes
se ouviam de mui longe”.
Alguns choravam, alguns gritavam de alegria.
Por que os anciãos choravam? Choravam
porque tinham visto “a primeira casa”. Em outras palavras, o que eles
estavam para construir não se aproximariado tamanho e da grandeza do
primeiro templo. Isto é o que Ageu 2.3 afirma:“Quem dentre vós, que
tenha sobrevivido, contemplou esta casa na sua primeira glória? E como a
vedes agora? Não é ela como nada aos vossos olhos?”
Alguns choravam porque compararam o novo
templo com a glória daquele que existia antes. Outros se regozijavam
porque o novo templo era muito maior do que o cativeiro na Babilônia e
do que não terem nenhum templo. Essas duas perspectivas são verdadeiras.
Ambas as emoções são válidas. Este é o caminho da vida. Nas famílias e
nas igrejas — e mesmo em nosso coração — ambas as perspectivas e ambas
as emoções surgem e desaparecem.
Por exemplo, considere a saúde. Você
perde a saúde, talvez a visão, um rim, a memória ou a capacidade de
andar. Há uma época de “cativeiro na Babilônia”. Mas, depois de alguns
anos, há resposta às suas orações — um milagre ou um tratamento enviado
por Deus — e uma parte de sua saúde é restaurada. Você pula de alegria
ou chora? Talvez fará as duas coisas. Você recordará a glória anterior, e
a perda o entristecerá. Todavia, você perceberá que um alívio lhe foi
dado. Um novo dia. Um novo começo. Não o mesmo, e sim um novo e bom
começo, repleto de possibilidades e esperança. E você se alegrará.
Ou pense nas inesperadas frustrações do
casamento, ou nas escolhas lamentáveis dos filhos, ou nos reveses e
progressos esporádicos de sua profissão. Em qualquer dia, você não tem
razões para se alegrar e razões para chorar? Isso depende muito de onde
você fixa sua mente. Você se concentra no que poderia ter acontecido
(por exemplo, como seria bom se minha mãe não tivesse sido assassinada
quando eu tinha vinte e oito anos, e estivesse aqui para ver os seus
netos crescerem)? Ou você se concentra nas coisas novas que Deus tem
feito (e fará) para mostrar a suficiência de sua graça (tal como outra
esposa excelente para meu pai, e todos os meus filhos no caminho do
Senhor)?
Neste lado da ressurreição de Jesus e do
cumprimento final da promessa de fazer todas as coisas cooperarem
juntas para o bem do seu povo (Romanos 8.28-32), ainda haverá tristezas.
Sim, mas como Paulo disse, não se assemelham às tristezas daqueles que
não têm esperança (1 Tessalonicenses 4.13). O nosso choro será um choro
firmado na rocha da esperança.
Minha oração, por mim mesmo e todos
vocês, é que nosso choro seja profundo, mas não demorado. E, enquanto
ele durar, choremos com os que choram. E, quando a alegria vier, pela
manhã, alegremo-nos com os que se alegram (Salmos 30.5; Romanos 12.15).
Devocional extraído do livro Provai e Vede, de John Piper.Copyright: © Editora FIELPermissões: a postagem de trechos deste livro foi realizada com permissão da Editora Fiel. Se você deseja mais informações sobre permissões contate-os.| Baixe o ebook | Adquira o livro |
Fonte:Voltemos ao Evangelho
Não acredito que estou virando leitora do metanooia! hahaha.
ResponderExcluirMuito bom esse texto, Pett.
Abraços.