Em Notes Towards de Definitions of Culture [Observações
sobre as definições de cultura], T. S. Eliot afirmou que apenas uma
cultura cristã poderia produzir um Voltaire ou um Nietzsche. Para
explicar essa opinião ele escreveu:
A força dominante na criação de
uma cultura comum entre os povos, sendo que cada uma deles possui uma
cultura distinta, é a religião. Por favor, a esta altura não cometa o
erro de interpretar equivocadamente o significado do que eu digo. Não se
trata de uma conversa sobre religião. Não estou afirmando isso para
provocar ninguém; estou apenas constatando um fato. Não estou tão
preocupado com a atual comunhão dos crentes cristãos; falo sobre a
tradição comum do cristianismo, que fez da Europa o que ela é, e sobre
os elementos culturais comuns que esse cristianismo em comum trouxe com
ele.
Ele prossegue, dizendo:
É no cristianismo que nossas
artes se desenvolveram; foi no cristianismo que as leis europeias foram
(até recentemente) fundamentadas. É sobre um cenário cristão que todo o
nosso pensamento encontra relevância. Um cidadão europeu pode não crer
que a fé cristã é verdadeira, ma tudo o que ele diz e faz é resultado de
sua herança a cultura cristã, e depende dessa cultura para fazer
sentido.
Umas das características mais
curiosas dos pensadores seculares de nossa sociedade é que eles adoram
os benefícios gerados a partir de uma cosmovisão cristã na formação da
cultura, mas, ao mesmo tempo, desejam se libertar dos mesmos conceitos
que moldaram sua maneira de pensar. É dentro de uma nação formada a
partir de uma mentalidade cristã que valores como liberdade, verdade,
autonomia e escolha possuem valor inestimável. Esse ambiente é ideal
para o ateu, o secular, o filósofo, o antagonista e até para aqueles que
detestam Deus. A liberdade pessoal de casa um para escolher como viver
sua vida da maneira que achar apropriada está protegida dentro desse
contexto. Eu simplesmente não consigo ver esse tipo de liberdade
intelectual dentro do comunismo ou de qualquer outra religião do mundo.
Na verdade, é possível dizer que o oposto é verdadeiro: que o poder do éthos* - nascido a partir da fé cristã – influenciou de modo radical as culturas em todo o mundo de uma maneira positiva.
Erwin McManus
em seu livro Uma Força em Movimento
*Éthos (s.m.)
1. conjunto dos costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do
comportamento (instituições, afazeres etc.) da cultura (valores, ideias
ou crenças), característicos de uma determinada coletividade, época ou
região [...] 3. conjunto de valores que permeiam e influenciam
uma determinada manifestação (obra, teoria, escola etc.) artística,
científica ou filosófica.
Via Rennovario
Fonte:Solomon
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