segunda-feira, 1 de março de 2010

E se o seu Jesus não for Jesus?


Quero contar a vocês uma das experiências mais marcantes que tive nesta minha vida: o momento em que ocorreu minha mudança radical de pensamento em relação ao Evangelho e a tudo o que temos crido e ouvido.
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Minha mudança de percepção, ante todas as coisas, ocorreu da seguinte forma: certa vez, estava eu na faculdade conversando com meus amigos sobre leitura e, inevitavelmente, começamos a comentar sobre o livro “Codigo Da Vinci”- um dos livros mais badalados naquele ano. E, conversando com eles, comentei na conversa - em especial direto a uma amiga minha - que gostaria de lê-lo, a fim de tirar algumas conclusões. Ela, então, me disse que havia lido e que gostara do Best-seller. Quando ela disse isso, não pude evitar a pergunta mais básica de todas: Porque você gostou do “Código Da Vinci”? Ela, como católica (pelo menos foi o que pensei), deveria dizer que o livro era uma blasfêmia, assim como a maioria dos católicos e evangélicos diziam.

Entretanto, algo revelador saiu daquele coração:

“Gostei do livro porque nele consegui encontrar um Jesus mais humano, com quem consegui me identificar.”

Foi uma revelação e tanta para mim; e tal declaração resultou numa multidão de pensamentos avassaladores em minha estrutura. Foi como se tivesse recebido um soco no meu queixo. Tudo se desestabilizou, tanto pela sinceridade de tal declaração ante as minhas certezas, quanto pela perspicácia da afirmação em relação a minha pregação.

Naquele exato momento tudo ficou claro. Tudo ficou mais nítido. Até aquele instante, o meu questionamento sobre a fé era o seguinte: como anunciar Jesus a todas as pessoas, já que as pessoas não estão mais sensíveis a Deus? Entretanto, depois dessa afirmação desconcertante, minha indagação mudou e passou a ser: que Jesus a igreja tem anunciado, e por que as pessoas não mais se identificam com o Jesus das Escrituras?

Depois disso comecei a rever o Jesus pregado, e de fato a distância existente entre Ele e os “meros mortais” é imensa. O Jesus das Escrituras, que era acessível a todos os homens, tornou-se, agora, o Deus inalcançável que precisa dos “intérpretes autorizados” para ser acessível novamente; o Jesus que disse “as meretrizes vos precedem no Reino de Deus”, se tornara no Deus intransigente que tem “muito prazer” na aflição presente no coração de seus Filhos queridos em busca de uma santidade inalcançável; o Jesus que dizia que o reino pertencia às crianças, deu lugar a um jesus que só escuta a seres dotados de uma especialidade que não existe; o Jesus que entrara no Templo e dissera que aquele lugar era casa de oração, foi substituído pelo jesus marqueteiro, que aceita trocas e barganhas no seu templo. O Jesus que reconhecia que os verdadeiros pecados se escondem dentro dos corações, por isso absolveu a adultera, mirrou ante ao jesus que gosta de estereótipos e de apresentações mirabolantes. Enfim, o Jesus humano, que se fez o maior dentre os pecadores, a fim de resgatar a todos os homens, porque nos compreendeu e porque viveu a nossa fraqueza e dor, desapareceu. A religião conseguiu subverter Jesus. Por isso, Doistoevski já nos vem ensinando isso desde o tempo em que escreveu seu texto sobre o “Grande Inquisidor”.

Desde essa mudança ocorrida dentro de mim, minha oração e pregação passaram a ser sobre o mesmo tema:

Que de nossa mente nunca se afaste o sinal de alerta no sentido de observarmos qual mensagem anunciamos e carregamos a respeito de Jesus, pois qualquer outro Jesus, que não seja o Jesus humano das Escrituras, já é anátema em essência. Peço a Deus e também prego, que todos os dias nossa mente se renove e transforme, a fim de que o Jesus humano seja conhecido dentre todos os homens.

Se a nossa mensagem não for essa, nunca faremos bem a ninguém, nem a nós mesmos. E esta é a mensagem que deve ser transmitida (visto que esta é a única mensagem – a mensagem do escândalo da Cruz):

Que Deus se fez carne (homem) e habitou entre nós; e se ele se fez homem é para que seguíssemos o seu caminho. Pois somente em sendo 100% humanos, assim como Ele, é que nos tornaremos, num breve dia, 100% divinos - Filhos de Deus e co-herdeiros com Cristo.

Nele,

Que viveu a mais humana de todas as espiritualidades!

Victor.
 
Fonte:Celebrai

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